quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Alterações Climáticas e o Mapa Vinícola

Consequências das Alterações Climáticas e o Mapa Vinícola

Que o aquecimento global, cujo combate dominará a Cimeira de Copenhaga no próximo mês, ameaça o planeta, é um dado adquirido. A subida do nível dos mares, o aumento das temperaturas ou o perigo de extinção de animais como os ursos polares são alguns dos riscos mais citados nos últimos tempos. Mas há muitas outras consequências. A alteração do mapa vinícola é uma delas.

A alteração do mapa vinícola é uma delas.Com efeito, o clima é um factor de extrema importância na produção de vinho, já que influencia o seu principal trunfo, que é o sabor. Se estiver demasiado frio, os bagos das uvas não desenvolverão sabores frutados nem produzirão açúcar suficiente, conferindo um gosto ácido ao vinho, salienta a Reuters. Se, pelo contrário, fizer demasiado calor, a uva produzirá muito açúcar, dando ao vinho um sabor gelatinoso e encorpado.Acontece que, com o aquecimento global, o mapa internacional do vinho tem vindo a alterar-se, movendo-se mais para Norte.

Quem está a beneficiar, por exemplo, são os britânicos, pois as Primaveras e Outonos mais amenos estão revitalizar uma tradição de produção de vinho tinto que tinha morrido há cerca de 600 anos.“Temos beneficiado do aquecimento global”, comentou à Reuters o gestor da Denbies Vineyard, Chris White, cuja casa vinícola se situa a Sul de Londres.

Quem tem vindo a perder são os franceses, tão conhecidos pelos seus vinhos. É o caso das regiões da Borgonha e Alsácia. “A Alsácia, no Nordeste de França, que costumava produzir vinho tinto muito leve, está agora a produzir vindo mais encorpado”, referiu o mesmo responsável, acrescentando que esse cenário também está a ser observado na Alemanha.

De acordo com um relatório do movimento ecologista Greenpeace, divulgado em Agosto e citando um estudo da Universidade de Borgonha, as melhores latitudes para a produção de vinho poderão mover-se 1.000 quilómetros para Norte no final deste século se nada for feito para travar o aquecimento. E já está a acontecer, o que levará os produtores de vinho a terem de redesenhar o mapa vinícola internacional. É que as regiões de produção estão a desenvolver características que se encontravam nas zonas mais a Sul.

"fonte "Jornal de Negócios"

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Tetraneta de Darwin integra Expedição

Tetraneta de Darwin integra Expedição «As Espécies e o Clima»


Sarah Darwin, tetraneta do autor de “A Origem das Espécies”, incorpora na comitiva do veleiro Amsterdan Clipper, que neste momento se encontra a reconstituir o percurso do navio HMS Beagle pelo Hemisfério Sul no século XIX. Numa escala no Rio de Janeiro, a descendente de Charles Darwin falou sobre a necessidade de percorrer o caminho do seu tetravô e observar as diferenças 150 anos após a publicação da obra que revolucionou o pensamento da biologia moderna, afirmando que o Homem não tem o “direito divino” de destruir a Natureza.

“Darwin fez grandes observações. Ele realmente sentiu e vivenciou as paisagens e o meio ambiente”, disse a também bióloga, que defende ainda a necessidade de se “pensar com a mente e trabalhar com o coração” para conservar os biomas naturais.

Sarah Darwin integra a “Expedição Darwin - As Espécies e o Clima”, uma iniciativa da rede de televisão e rádio holandesa VPRO que irá produzir um documentário de 35 episódios sobre as observações e descobertas do naturalista inglês, a partir dos locais visitados por ele, entre 1831 e 1836. Até Maio de 2010, a equipa holandesa irá acolher no veleiro 50 cientistas de diferentes países, entre paleontólogos, teólogos, biólogos, oceanógrafos e especialistas em navegação para realizar pesquisas e observações.


A expedição é uma “declaração de amor ao privilégio de viver neste planeta”, afirmou a bióloga, para quem é um orgulho andar pela floresta tropical e reproduzir “o tipo de emoção que Darwin provavelmente sentiu”.O naturalista inglês passou por vários lugares que foram importantes para a elaboração da sua teoria, como as formações rochosas de Cabo Verde, os remanescentes fósseis da preguiça gigante na Argentina e as aves de Galápagos. Contudo, na opinião da sua tetraneta, o Brasil foi o país onde Darwin mais se impressionou.

O naturalista inglês passou por vários lugares que foram importantes para a elaboração da sua teoria, como as formações rochosas de Cabo Verde, os remanescentes fósseis da preguiça gigante na Argentina e as aves de Galápagos. Contudo, na opinião da sua tetraneta, o Brasil foi o país onde Darwin mais se impressionou.


impressionando-se com a sua biodiversidade" impressionando-se com a sua biodiversidade"
Darwin explorou a Mata Atlântica brasileira, impressionando-se com a sua biodiversidade“Darwin conta nos seus relatos que ficou sem palavras para descrever a sua emoção ao andar pelas paisagens brasileiras. Num só hectare da Mata Atlântica, há mais espécies do que em toda a Grã Bretanha”, explicou Sarah Darwin. Ao aportar em Salvador, Darwin caminhou pela Mata Atlântica próxima do litoral. “Hoje temos que viajar três horas de carro para chegar à mata”, lastimou, ao referir que actualmente restam apenas sete por cento da cobertura vegetal original, sendo que menos de meio por cento está em boas condições de preservação.Sarah Darwin realçou que a educação ambiental poderá ser o melhor presente para a nova geração. “Se a próxima geração não amar a natureza, não estará interessada em preservá-la. Nisso, Darwin foi incrivelmente bom, ele integrou-se na natureza”. Esta expedição teve início a 1 de Setembro. Passou por Tenerife, no arquipélago das Canárias, e pela Ilha Selvagem Grande, na Madeira. Aí se encontrou, com a ajuda de um paleontólogo português, um ovo fossilizado que data de 12 a 15 milhões de anos.


Fonte "Ciência Hoje"