quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Onda de Calor é a mais Grave do Milénio

Incêndios na Rússia a chegar a zonas radioactivas e Portugal com pouca qualidade do Ar


Imagem dos níveis de monóxido de carbono na Rússia. (Nasa Earth Observatory)


A Rússia encontra-se perante uma situação de bloqueio, a nível climatérico; ou seja, o anticiclone que se formou sobre o país mostra-se quase estacionário e, associado a massas de ar quente, torna-se favorável a fortes temperaturas, ar muito seco e a insolações. A situação tem sido excepcionalmente afectada pelos grandes incêndios que lavram desde Julho passado e que se aproximam de áreas contaminadas pela explosão da central nuclear de Chernobyl. O país já está de prevenção e teme a dispersão de partículas radioactivas.

Em Moscovo, verificam-se temperaturas muito acima da normalidade sazonal e a taxa de mortalidade diária já dobrou. Todos os dias morrem 360 a 380 pessoas; agora, a média está nos 700, segundo avançou o chefe do departamento de saúde de Moscovo a vários meios de comunicação. Foi decretado o estado de emergência nas florestas e parques da cidade de Ozersk, a região de Briansk e a fronteira da Bielorrússia e Ucrânia já estão a ser afectadas.

O fumo proveniente da vegetação incendiada emana grande quantidade de monóxido de carbono, micropartículas nocivas e deixa o índice de oxigénio do ar em baixa. As principais repercussões são dores de cabeça, irritação nos olhos, nariz e garganta, náuseas, problemas pulmonares e cardiovasculares. A exposição prolongada enfraquece o sistema imunológico.

A questão da possível libertação de elementos radioactivos requer medidas urgentes para proteger a população e territórios, mas ainda não são conhecidas situações catastróficas. Até agora, já foram reportados quase 550 incêndios florestais. Entretanto, o país foi brindado com alguma pluviosidade, mas não a suficiente.


Menos qualidade no ar.

Em Portugal, os incêndios que têm fustigado o país e as altas temperaturas estão, igualmente, a propiciar a existência no ar de mais partículas nocivas à saúde. No Porto, já se confirma – segundo disse o pneumologista António Jorge Ferreira, a uma rádio nacional – que a qualidade do ar diminuiu e os químicos resultantes das combustões, associados às altas temperaturas, podem desencadear uma série de patologias respiratórias.


Os especialistas recomendam, a quem tem mais dificuldades respiratórias, ficar mais tempo em casa. Os grupos de maior risco são os idosos, os doentes crónicos, sobretudo os com dificuldades respiratórias, e as crianças. A Autoridade Nacional de Protecção Civil regista hoje 58 incêndios activos, em oito distritos do país e as altas temperaturas mantêm-se, apesar de já haver previsão de começarem a baixar na próxima semana.

Fonte: Ciencia Viva