sexta-feira, 7 de maio de 2010

Filhos de Darwin sofriam de problemas de genéticos

Consanguinidade devido a casamento com prima responsável pela morte de três dos seus dez filhos

Uma equipa de investigadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, e da Universidade de Santiago de Compostela, em Espanha, constataram geneticamente que os altos índices de doenças e mortalidade entre os filhos de Charles Darwin se deveu a consanguinidade, já que o pai do evolucionismo foi casado com a sua prima Emma Wedgwood.Ironicamente, Darwin foi o pioneiro a comprovar cientificamente os efeitos prejudiciais da consanguinidade, a partir de experiencias em plantas.

Segundo o catedrático em genética da Universidade de Santiago de Compostela, Gonzalo Álvarez, Darwin interrogava-se se os seus filhos poderiam ter problemas biológicos devido ao seu casamento com a familiar.

Álvarez recorda que o autor do livro «A origem das espécies» teve dez filhos e que três morreram antes dos dez anos, uma com tuberculose e outro de escarlatina.

“Concluímos que as suspeitas de Darwin, de que o matrimónio com a sua prima foi um inconveniente do ponto de vista biológico, tinham fundamento”, relatou o cientista espanhol.

O estudo, publicado na BioScience, realizou-se através de uma genealogia extensiva de Darwin, onde se calculou o quociente de consanguinidade e, além disto, estudaram a mortalidade infantil até aos dez anos de 25 famílias vinculadas a Darwin e a Wedgwood.

Com todos os dados cruzados, os cientistas concluíram que, neste caso, a maior consanguinidade estava relacionada com a maior mortalidade infantil. “Descobrimos que aquelas famílias com maior grau de consanguinidade tinham maior mortalidade de crianças até aos dez anos”, confirmou Álvarez.

Cromossomas copiados
Mais concretamente, o catedrático explica que a consanguinidade dos filhos de Darwin era “relativamente alta, à volta de seis por cento”. Isto quer dizer que essa percentagem do genoma era hemozigótico (a sequência de um cromossoma é exactamente igual à sequência do cromossoma homologo), o que produz efeitos prejudiciais, tal como está provado através de estudos em várias espécies.A conclusão do estudo de Darwin também coincide com os dados actuais, que garantem que os filhos de primos e irmãos têm, em média, uma mortalidade maior até aos dez anos (aproximadamente quatro por cento). No entanto, há também casos de crianças, filhas de matrimónios familiares, que vivem sem qualquer tipo de problema.

Além disto, há dados científicos que demonstram que estas crianças têm uma maior susceptibilidade para contrais doenças infecciosas, como a tubérculos, o que encaixa com a causa de morte de uma das filhas de Darwin.
Fonte "Ciência Viva"


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